Azul e Gol deterão mais de 60% do mercado com fusão
A Azul, uma das maiores companhias aéreas brasileiras, assinou junto à Abra, maior credora e principal investidora da Gol, um memorando para dar início a um processo de fusão entre as duas empresas, que, juntas, deterão mais de 60% do mercado brasileiro. Diante da...
A Azul, uma das maiores companhias aéreas brasileiras, assinou junto à Abra, maior credora e principal investidora da Gol, um memorando para dar início a um processo de fusão entre as duas empresas, que, juntas, deterão mais de 60% do mercado brasileiro.
Diante da fusão, também, as companhias passariam a ter a maior frota de aviões do país, com 327 aeronaves, e mais de 200 destinos dentro do Brasil, conforme analisa o Poder360.
Hoje, as empresas possuem apenas 10% de malha de sobreposição entre si.
“As melhorias nas ofertas aos clientes e as eficiências geradas por essa operação permitirão que a entidade resultante continue crescendo e desenvolvendo a aviação no Brasil, através de uma malha que serve o maior número de destinos no Brasil, apoiada por uma frota flexível, com foco na excelência de atendimento”, diz a Azul em comunicado oficial.
A intenção, divulgada nesta última quarta-feira, 15, revela que a movimentação ainda precisa ser julgada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), para investigar um possível cenário antitruste, além de ser preciso concluir as etapas restantes da recuperação judicial da Gol nos Estados Unidos, conhecida como Chapter 11.
Este segundo trâmite deve levar entre seis a nove meses para ser concluído.
Caso seja aprovada, a fusão será válida a partir de 2026, porém, com as marcas ainda atuando de forma independente.
A título de comparação, apenas no ano passado, as empresas transportaram 57,4 milhões de passageiros no Brasil, o que chega a aproximadamente 61% do total.
A Latam, por exemplo, outro grande nome do segmento, transportou 35 milhões de pessoas, cerca de 37%.
No mesmo período, a Azul liderou o ano com 290,1 mil decolagens, seguida pela Latam com 238,1 mil e pela Gol, com 204,3 mil.
“O Brasil tem desafios enormes de câmbio, preço de combustível, excesso de processos judiciais. Essa é uma oportunidade para unir as empresas e reduzir o custo do capital. Trata-se de duas marcas muito fortes com habilidades para crescerem juntas”, disse John Rodgerson, CEO da Azul, à Bloomberg Línea.
Em relação ao organograma da companhia, o executivo revela que, nos três primeiros anos a partir do fechamento do acordo, o presidente do conselho da nova empresa será indicado pela Abra e, o CEO, pela Azul.
O conselho administrativo, por sua vez, será composto por nove membros com mandato inicial de dois anos e direto à reeleição.
CHAPTER 11
A recuperação judicial da Gol foi anunciada em janeiro do ano passado, depois de registrar o pedido no Tribunal de Falências dos Estados Unidos.
No terceiro trimestre de 2023, a companhia havia declarado uma dívida bruta de R$ 19,5 bilhões.
Já no início deste ano, a Gol firmou um termo de transação individual com o governo brasileiro para quitar débitos fiscais avaliados em R$ 5,5 bilhões.
O dinheiro será usado para pagar os parcelamentos de débitos previdenciários e não previdenciários.
Também será feita a aplicação de descontos sobre multas, juros e encargos neste momento.
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