Governo entra em alerta com inflação de alimentos e consequências na popularidade de Lula
Análise: inflação dos alimentos preocupa governo O aumento no preço dos alimentos tem sido uma preocupação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A percepção no Planalto é que o aumento da inflação tem corroído a popularidade do governo, especialmente no caso dos alimentos, índice que está acima da média geral do país. Em 2024, a inflação estourou o teto da meta e fechou o ano a 4,83% — o limite era 4,5%. O preço dos alimentos puxou o indicador e foi o que mais subiu no período. O café, por exemplo, subiu quase 40% no ano passado. A inflação de alimentos e bebidas ficou em 7,69%, bem acima do que ocorreu no ano anterior, quando o grupo subiu 1,11%. Além disso, o subgrupo Alimentação no domicílio avançou 8,23% no ano, com o aumento no preço da carne como destaque. Os dados são referentes ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado neste mês de janeiro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Preço da carne sobe 20,8% em 2024 e tem maior alta em 5 anos; entenda o que aconteceu e se vai baixar Os resultados têm um grande impacto em como a população enxerga o governo. Isso porque um aumento no índice afeta quem mais sofre com o aumento da inflação, os cidadãos de baixa renda. Durante a reunião ministerial dessa segunda-feira (20), na Granja do Torto, Lula deu um puxão de orelha nos ministros, cobrando medidas para o enfrentamento do aumento de preços dos alimentos. A questão gerou um debate sobre os fatores que contribuem com esse resultado, como o preço do dólar o impacto dos eventos climáticos extremos ao longo do ano. Casa Civil recua Após o ministro da Casa Civil, Rui Costa, dizer na manhã desta quarta-feira (22) que o governo Lula faria intervenções para baratear o preço dos alimentos, o próprio ministério negou que prevê tal ação e disse que o ministro usou um termo equivocado. Pela manhã, Rui Costa declarou: "Nós vamos fazer algumas reuniões com o ministro da Agricultura, com o ministro do Desenvolvimento Rural, que pega as pequenas propriedades, e o ministério da Fazenda para a gente buscar um conjunto de intervenções que sinalizem para um barateamento dos alimentos". No início da tarde, o ministério publicou um posicionamento no qual dizia que o termo correto seria "medidas", diferentemente de "intervenções" faladas por Rui Costa.
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