Um erro grave

Em 2013, havia 4260 freguesias em Portugal, muitas delas com escassas centenas de habitantes. Este poder autárquico ineficaz custava imenso dinheiro e envolvia cargos políticos desnecessários. Sob pressão da troika foi feita uma reforma administrativa e esta foi contestada pelos pequenos interesses e pelos meios de comunicação que detestavam o governo da época. O número de freguesias baixou para 3092, ainda eram muitas, mas a vida das populações melhorou nos locais onde houve fusões. Esta boa reforma vai agora andar para trás, sem estudos nem motivo, com decisão do parlamento e a criação de mais 303 freguesias inúteis. É um erro político grave. Das 124 freguesias desagregadas, 8% têm menos de mil habitantes e um terço entre mil e 3 mil habitantes. Será mau para as populações e para os contribuintes, mas bom para uma classe política devorista que já tem as eleições autárquicas no horizonte. É preciso satisfazer clientelas. Nos países europeus mais racionais não há freguesias, um modelo administrativo jurássico, de quando não havia estradas ou internet, mas Portugal é diferente, está blindado contra as reformas.

Jan 17, 2025 - 15:15
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Um erro grave

Em 2013, havia 4260 freguesias em Portugal, muitas delas com escassas centenas de habitantes. Este poder autárquico ineficaz custava imenso dinheiro e envolvia cargos políticos desnecessários. Sob pressão da troika foi feita uma reforma administrativa e esta foi contestada pelos pequenos interesses e pelos meios de comunicação que detestavam o governo da época. O número de freguesias baixou para 3092, ainda eram muitas, mas a vida das populações melhorou nos locais onde houve fusões. Esta boa reforma vai agora andar para trás, sem estudos nem motivo, com decisão do parlamento e a criação de mais 303 freguesias inúteis. É um erro político grave. Das 124 freguesias desagregadas, 8% têm menos de mil habitantes e um terço entre mil e 3 mil habitantes. Será mau para as populações e para os contribuintes, mas bom para uma classe política devorista que já tem as eleições autárquicas no horizonte. É preciso satisfazer clientelas. Nos países europeus mais racionais não há freguesias, um modelo administrativo jurássico, de quando não havia estradas ou internet, mas Portugal é diferente, está blindado contra as reformas.

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