Lula pede metas até o fim do mandato, diz que governo não pode 'inventar nada' e 'não tem direito de errar'

Presidente recebeu ministros na Granja do Torto, uma semana após polêmica do PIX e em meio a cobranças por reforma ministerial. Lula afirmou que chamará os ministros individualmente para conversar. Lula diz que governo não pode 'inventar nada' durante reunião ministerial O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (20), em reunião ministerial na Granja do Torto, em Brasília, que quer definir metas até o fim do mandato, mostrar resultados e que, por isso, a partir de agora, o governo não pode "inventar nada". E que, diante disso, o governo não "tem direito de errar". "Muitas das coisas que plantamos ainda não brotaram, ainda não nasceram, mas precisam entender que este ano será de definição na historia e na biografia de vocês na governança deste pais", afirmou Lula. "Daqui para frente, não podemos inventar nada, temos que colher o que semeamos, temos que ter certeza que todos os atos de lançamento, tudo que já anunciamos, vai aparecer agora, e vai depender do esforço de cada um de vocês", emendou o presidente. Lula faz 1ª reunião ministerial de 2025 Reprodução LEIA MAIS: Presidente recebe ministros na Granja do Torto, uma semana após polêmica do PIX e em meio Em reunião ministerial, Lula diz que ministros não vão poder 'fazer portaria' sem passar pela Casa Civil Em reunião com ministros, Lula fala em 'corrigir' erros: 'Entrega para o povo ainda não foi a que nos comprometemos a fazer' Lula destacou que os ministros tiveram liberdade para trabalhar, que as propostas sempre foram recebidas e acertadas em conjunto, mas ponderou que é necessário mostrar os resultados. "Nem tudo que foi anunciado já deu fruto, mas 2025 é o ano da colheita de tudo o que a gente prometeu ao povo. Não podemos falhar, não podemos errar e não temos o direito de errar. Reflitam, porque vou chamar individualmente muita gente para conversar, somos um grupo de pessoas de formação e berço diferente, mas temos em comum a causa de fazer esse país crescer", frisou Lula. Lula destaca que um dos objetivos do governo é o de 'colocar comida barata na mesa do trabalhador' Comida barata O presidente também destacou que a primeira metade do mandato foi em prol da reconstrução e da união do país, mas que, agora, um dos objetivos do governo é "colocar comida barata na mesa do trabalhador". "A gente trabalhou reconstrução e união, agora a gente vai ter que trabalhar outra coisa muito importante, sabe, é a reconstrução, união e comida barata na mesa do trabalhador, porque os alimentos estão caros na mesa do trabalhador", justificou. "Todo ministro sabe que o alimento está caro e é uma tarefa nossa, é uma tarefa nossa garantir que o alimento chegue na mesa do povo trabalhador, da dona de casa, na mesa do povo brasileiro em condições compatíveis com o salario que ele ganha", reforçou Lula. Mudança de mentalidade Outra ponto destacado por Lula foi a mudança de mentalidade da sociedade. Segundo o presidente, as pessoas querem empreender. "O povo para quem trabalhamos hoje não é o povo dos anos 80 que queria um emprego numa fábrica com carteira profissional assinada, é um povo que está virando empreendedor, ele gosta de ser empreendedor e nós precisamos aprender a trabalhar com essa nova característica, com essa nova formação do povo brasileiro. E é por isso que nós temos que ser muito exigidos", explicou. O presidente ainda afirmou que jamais reclamará pelo fato do povo cobrar o governo, mas sim por não ter capacidade de entregar o que foi prometido. Lula se reuniu com os ministros para traçar diretrizes para a segunda metade do governo (2025 e 2026) e passar "missões" para combater as causas de desgastes recentes – como a polêmica em torno da fiscalização do PIX e a alta na inflação dos alimentos. Após a fala do presidente, os ministros discursaram e apresentaram um balanço específico de suas pastas e as principais ações previstas para os meses seguintes. Reforma ministerial A reunião ministerial acontece num momento em que aliados do governo no Congresso Nacional cobram mudanças no primeiro escalão, buscando dar mais espaço a integrantes de partidos que sustentam o governo no Legislativo. Oficialmente, a única troca anunciada até agora foi na Secretaria de Comunicação Social (Secom), onde o publicitário Sidônio Palmeira — que atuou na campanha de Lula em 2022 — assumiu como ministro no lugar de Paulo Pimenta (PT-RS). Segundo aliados de Lula, há cobranças também por trocas em ministérios com gabinete no Palácio do Planalto (Secretaria-Geral e Secretaria de Relações Institucionais), além de pastas como Saúde, Mulheres e Justiça. Em entrevista à GloboNews, no último dia 9 de dezembro, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que o presidente poderia fazer mais trocas antes da reunião ministerial. No entanto, não houve mais anúncios por parte de Lula. Desafios de Lula O ano de 2025 se inicia com diversos desafios para o governo do presidente Lula na área econômica, na política externa, na relação com o Congresso e

Jan 20, 2025 - 15:10
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Lula pede metas até o fim do mandato, diz que governo não pode 'inventar nada' e 'não tem direito de errar'

Presidente recebeu ministros na Granja do Torto, uma semana após polêmica do PIX e em meio a cobranças por reforma ministerial. Lula afirmou que chamará os ministros individualmente para conversar. Lula diz que governo não pode 'inventar nada' durante reunião ministerial O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (20), em reunião ministerial na Granja do Torto, em Brasília, que quer definir metas até o fim do mandato, mostrar resultados e que, por isso, a partir de agora, o governo não pode "inventar nada". E que, diante disso, o governo não "tem direito de errar". "Muitas das coisas que plantamos ainda não brotaram, ainda não nasceram, mas precisam entender que este ano será de definição na historia e na biografia de vocês na governança deste pais", afirmou Lula. "Daqui para frente, não podemos inventar nada, temos que colher o que semeamos, temos que ter certeza que todos os atos de lançamento, tudo que já anunciamos, vai aparecer agora, e vai depender do esforço de cada um de vocês", emendou o presidente. Lula faz 1ª reunião ministerial de 2025 Reprodução LEIA MAIS: Presidente recebe ministros na Granja do Torto, uma semana após polêmica do PIX e em meio Em reunião ministerial, Lula diz que ministros não vão poder 'fazer portaria' sem passar pela Casa Civil Em reunião com ministros, Lula fala em 'corrigir' erros: 'Entrega para o povo ainda não foi a que nos comprometemos a fazer' Lula destacou que os ministros tiveram liberdade para trabalhar, que as propostas sempre foram recebidas e acertadas em conjunto, mas ponderou que é necessário mostrar os resultados. "Nem tudo que foi anunciado já deu fruto, mas 2025 é o ano da colheita de tudo o que a gente prometeu ao povo. Não podemos falhar, não podemos errar e não temos o direito de errar. Reflitam, porque vou chamar individualmente muita gente para conversar, somos um grupo de pessoas de formação e berço diferente, mas temos em comum a causa de fazer esse país crescer", frisou Lula. Lula destaca que um dos objetivos do governo é o de 'colocar comida barata na mesa do trabalhador' Comida barata O presidente também destacou que a primeira metade do mandato foi em prol da reconstrução e da união do país, mas que, agora, um dos objetivos do governo é "colocar comida barata na mesa do trabalhador". "A gente trabalhou reconstrução e união, agora a gente vai ter que trabalhar outra coisa muito importante, sabe, é a reconstrução, união e comida barata na mesa do trabalhador, porque os alimentos estão caros na mesa do trabalhador", justificou. "Todo ministro sabe que o alimento está caro e é uma tarefa nossa, é uma tarefa nossa garantir que o alimento chegue na mesa do povo trabalhador, da dona de casa, na mesa do povo brasileiro em condições compatíveis com o salario que ele ganha", reforçou Lula. Mudança de mentalidade Outra ponto destacado por Lula foi a mudança de mentalidade da sociedade. Segundo o presidente, as pessoas querem empreender. "O povo para quem trabalhamos hoje não é o povo dos anos 80 que queria um emprego numa fábrica com carteira profissional assinada, é um povo que está virando empreendedor, ele gosta de ser empreendedor e nós precisamos aprender a trabalhar com essa nova característica, com essa nova formação do povo brasileiro. E é por isso que nós temos que ser muito exigidos", explicou. O presidente ainda afirmou que jamais reclamará pelo fato do povo cobrar o governo, mas sim por não ter capacidade de entregar o que foi prometido. Lula se reuniu com os ministros para traçar diretrizes para a segunda metade do governo (2025 e 2026) e passar "missões" para combater as causas de desgastes recentes – como a polêmica em torno da fiscalização do PIX e a alta na inflação dos alimentos. Após a fala do presidente, os ministros discursaram e apresentaram um balanço específico de suas pastas e as principais ações previstas para os meses seguintes. Reforma ministerial A reunião ministerial acontece num momento em que aliados do governo no Congresso Nacional cobram mudanças no primeiro escalão, buscando dar mais espaço a integrantes de partidos que sustentam o governo no Legislativo. Oficialmente, a única troca anunciada até agora foi na Secretaria de Comunicação Social (Secom), onde o publicitário Sidônio Palmeira — que atuou na campanha de Lula em 2022 — assumiu como ministro no lugar de Paulo Pimenta (PT-RS). Segundo aliados de Lula, há cobranças também por trocas em ministérios com gabinete no Palácio do Planalto (Secretaria-Geral e Secretaria de Relações Institucionais), além de pastas como Saúde, Mulheres e Justiça. Em entrevista à GloboNews, no último dia 9 de dezembro, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que o presidente poderia fazer mais trocas antes da reunião ministerial. No entanto, não houve mais anúncios por parte de Lula. Desafios de Lula O ano de 2025 se inicia com diversos desafios para o governo do presidente Lula na área econômica, na política externa, na relação com o Congresso e no meio ambiente. Veja abaixo alguns exemplos: melhorar a relação com o mercado financeiro (o presidente costuma criticar as projeções do mercado em relação à economia brasileira); costurar alianças para as eleições de 2026; melhorar a relação com o Congresso (Câmara e Senado terão novos presidentes neste ano); aumentar a participação da União em ações de segurança pública nos estados (governadores de oposição têm se manifestado contrariamente); viabilizar a COP 30 em Belém, uma vitrine para o Brasil se projetar no mundo como autoridade em preservação ambiental, transição energética e desenvolvimento sustentável.

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