Emissões de debêntures incentivadas disparam 88% em 2024, para R$ 138,89 bilhões

Alta da Selic e restrições a outros títulos de renda fixa isentos de Imposto de Renda impulsionaram o ativo: segundo a Quantum Finance, só no primeiro semestre, as emissões superaram todo o ano de 2023 The post Emissões de debêntures incentivadas disparam 88% em 2024, para R$ 138,89 bilhões appeared first on InfoMoney.

Jan 14, 2025 - 20:36
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Emissões de debêntures incentivadas disparam 88% em 2024, para R$ 138,89 bilhões

As emissões de debêntures incentivadas dispararam 87,8% em 2024, alcançando volume recorde de R$ 138,89 bilhões. Os R$ 77,78 bilhões captados por meio desse instrumento no primeiro semestre do ano passado já eram suficientes para superar o volume total de 2023 (R$ 73,97 bilhões). Na segunda metade do ano, mais R$ 61,11 bilhões foram captados com esses ativos.

Os dados preliminares são da Quantum Finance. A Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) ainda vai divulgar os dados oficiais de fechamento do ano. O levantamento mostra a Vale (VALE3) como principal emissora do segundo semestre de 2024. A mineradora fez uma única emissão de R$ 6 bilhões – com taxas menores do que as ofertadas pelos títulos de inflação Tesouro Direto.

No primeiro semestre, o destaque foi a CCR (CCRO3), que fez a maior emissão de debêntures incentivadas da história, com volume de R$ 9,41 bilhões. Os papéis foram absorvidos pelo BDNES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). 

Veja a evolução do volume de emissões de debêntures incentivadas por semestre:

As debêntures incentivadas são emitidas por empresas que buscam recursos para projetos de infraestrutura, como aeroportos e rodovias. Por isso, esses títulos de renda fixa têm benefícios fiscais, como isenção de imposto de renda (IR) e de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). No caso das debêntures simples, há cobrança de IR e pode haver de IOF.

Tempestade perfeita

A disparada das debêntures incentivadas não acontece por acaso. No início do ano passado, o Conselho Monetário Nacional (CMN) restringiu as emissões de CRIs, CRAs, LCIs e LCAs. Esses instrumentos de renda fixa também são livres de IR para o investidor pessoa física. 

Com opções mais limitadas e vencimentos mais longos nos ativos imobiliários e do agronegócio, as debêntures incentivadas se apresentaram como os substitutos mais óbvios para parte do novo fluxo alocado em renda fixa. 

Não à toa, os fundos de debêntures incentivadas também foram amplamente procurados e o patrimônio líquido da classe, que era de R$ 68,4 bilhões em janeiro de 2024, saltou para R$ 168,4 bilhões em novembro, segundo dados divulgados na semana passada pela Anbima

O número de fundos desse tipo também disparou, saindo de 456 no início do ano para 1.201 em novembro. 

A alta da Selic também contribuiu para o sucesso dessas debêntures em 2024. No início do ano, o mercado esperava um afrouxamento monetário mais forte e duradouro do que tivemos. Com as expectativas virando novamente para alta dos juros no segundo semestre, o alto fluxo de investimentos na renda fixa foi mantido. 

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