DELITO há dez anos
José António Abreu: «Annie Clark incomodou muita gente em 2014. Produziu um vídeo tão estilizado e cerebral que mestres zen e especialistas em feng shui ainda estão a reordenar ideias. Respondeu às acusações de ser uma tipa fria e cerebral - a repetição do termo é propositada - com uma actuação no Saturday Night Live que incluiu sons à guitar hero, executados (por uma mulher, valha-nos deus) com passinhos de bebé e expressão impassível.» Luís Naves: «O extremismo islâmico combate os valores ocidentais e todas as suas manifestações, das caricaturas aos bonecos de neve, das representações divinas às taxas de juro, do cinema à educação das mulheres. Os radicais islâmicos dizem que não são precisos mais livros, pois o que não está no Corão é inútil ou errado. A vida quotidiana dos ocidentais, que se infiltra em todos os países, vai conquistando as pessoas para ideias diferentes, do casamento por amor à libertação das mulheres, que até começam a conduzir automóveis. A banal televisão ou uma simples canção na rádio representam o horror e um ataque à interpretação fundamentalista da religião. Para estes fanáticos, o ocidente está todo errado, não apenas a sua laicidade e o direito à blasfémia, mas também os valores da liberdade, dos direitos humanos e da convivência de culturas.» Sérgio de Almeida Correia: «O Sócrates foi dentro, o Jardim está de saída, o Cesário já está outra vez a fazer a ronda por Macau, e as eleições estão à porta. Eu agora sou um mero secretário de Estado. Francamente, não sei qual é o vosso problema.» Eu: «A linha defensiva dos réus [nos julgamentos de Nuremberga] era invariável: todos tinham agido em obediência a ordens superiores, como se a responsabilidade de cada um estivesse diluída numa espécie de imperativo categórico ditado pelas forças do mal. O tribunal rejeitou esta tese - e muito bem, condenando a generalidade dos réus a duras penas. Foi uma conquista civilizacional do direito que não deve ser revertida nestes tempos de barbárie à solta em tantos locais.»
José António Abreu: «Annie Clark incomodou muita gente em 2014. Produziu um vídeo tão estilizado e cerebral que mestres zen e especialistas em feng shui ainda estão a reordenar ideias. Respondeu às acusações de ser uma tipa fria e cerebral - a repetição do termo é propositada - com uma actuação no Saturday Night Live que incluiu sons à guitar hero, executados (por uma mulher, valha-nos deus) com passinhos de bebé e expressão impassível.»
Luís Naves: «O extremismo islâmico combate os valores ocidentais e todas as suas manifestações, das caricaturas aos bonecos de neve, das representações divinas às taxas de juro, do cinema à educação das mulheres. Os radicais islâmicos dizem que não são precisos mais livros, pois o que não está no Corão é inútil ou errado. A vida quotidiana dos ocidentais, que se infiltra em todos os países, vai conquistando as pessoas para ideias diferentes, do casamento por amor à libertação das mulheres, que até começam a conduzir automóveis. A banal televisão ou uma simples canção na rádio representam o horror e um ataque à interpretação fundamentalista da religião. Para estes fanáticos, o ocidente está todo errado, não apenas a sua laicidade e o direito à blasfémia, mas também os valores da liberdade, dos direitos humanos e da convivência de culturas.»
Sérgio de Almeida Correia: «O Sócrates foi dentro, o Jardim está de saída, o Cesário já está outra vez a fazer a ronda por Macau, e as eleições estão à porta. Eu agora sou um mero secretário de Estado. Francamente, não sei qual é o vosso problema.»
Eu: «A linha defensiva dos réus [nos julgamentos de Nuremberga] era invariável: todos tinham agido em obediência a ordens superiores, como se a responsabilidade de cada um estivesse diluída numa espécie de imperativo categórico ditado pelas forças do mal. O tribunal rejeitou esta tese - e muito bem, condenando a generalidade dos réus a duras penas. Foi uma conquista civilizacional do direito que não deve ser revertida nestes tempos de barbárie à solta em tantos locais.»
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